segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Subsídios I











Apresentação

Que possa, este nosso trabalho de Subsídios Genealógicos, colaborar para uma maior compreensão do processo de ocupação da região localizada entre os rios Pardo, no Estado de São Paulo, e Grande, no Estado de Minas Gerais, onde estão localizadas as cidades de Jacuí, Ibiraci e Franca, entre outras tantas. Eram os já bastante citados “Sertão do Rio Pardo thé o Rio Grande”, na parte paulista, e “Sertões do Jacuí”, na parte mineira.  
Os subsídios que apresentamos, referentes a personagens relevantes para a história daquela região, foram obtidos a partir de nossas pesquisas efetuadas nos sites da Igreja Mórmon e da ASBRAP, no Arquivo Histórico Municipal de Franca-SP “Cap. Hipólito Antônio Pinheiro“, no Arquivo Publico de Uberaba-MG, no Arquivo do Museu Regional de São João Del Rei-MG, no Museu Histórico Municipal de Franca “José Chiachiri” e na PROBRIG-Protetores da Bacia do Rio Grande, Ibiraci-MG. São ainda parciais, pois que muito há por pesquisar.
      Queremos também agradecer aos Diretores, funcionários e estagiários dos órgãos citados pela atenção a nós dedicada e eficiente atendimento.
                                                             Sônia Regina Belato de Freitas Lelis
                                                                           Walter Antônio Marques Lelis
                                                                                       Franca-SP – 2012




PEDRO FRANCO QUARESMA

CASAL
FRANCISCO DE FREITAS PEDROZO
E
MANOELA PRUDÊNCIA DE JESUS FRANCA (FRANCO)

FAUSTINA MARIA DAS NEVES

PADRE CLÁUDIO JOSÉ DA CUNHA



      PEDRO FRANCO QUARESMA

           Pedro Franco Quaresma, era natural da Praça-Forte de Peniche, Leiria, Portugal.
             

                                       Interessante observar que, há registrado na História de Peniche, Portugal,

                                       a existência do Doutor Pedro Franco Quaresma, natural dessa localidade,

                                       Cavaleiro Fidalgo, e lá Juiz Ordinário, em exercício, pelo ano de 1672.

                                       Era filho de Francisco Franco e de Maria Domingas.

                                       Falecido em 24 de Julho de 1694, e sepultado na Igreja da Santa Casa da

                                       Misericórdia de Peniche.
                                       Houve, também, o Cônego Pedro Franco Quaresma, natural do mesmo
                                       lugar, que no ano de 1679 “instituiu duas capelas com o rendimento de
                                       dez moios de trigo anuais” a favor da Santa Casa de Misericórdia de
                                       Peniche. (informações extraídas do blog Cabo Carvoeiro Memórias)
 
           Foi morador em Jundiaí-SP, pelo ano de 1741, conforme documento abaixo, referente ao casamento de dois de seus escravos:


         Casou-se com Ana Nunes Cardoza, natural de Taubaté-SP, nascida pelo ano de 1721. Falecida aos 06 de Outubro de 1791, em Jacuí-MG, sem testamento, pois  ...nem tinha já de que o fizesse... seu corpo foi acompanhado pela Confraria dos Pretos e sepultado na Capela dos mesmos, conforme era o seu desejo.

           
             Pedro e Ana foram pais de pelo menos:
         1- Antônia Maria Rosa de Jesus Franca, nascida em Jundiaí-SP, pelo ano de 1746. Falecida, sem testamento, aos 18 de Abril de 1789, sendo seu corpo acompanhado pela Irmandade do Santíssimo e sepultado em cova da Fábrica, dentro da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí-MG.

 
       Antônia Maria casou-se aos 11 de Abril de 1765, com dispensa no terceiro grau de consanguinidade, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, São Pedro e Almas de Jacuí, com Manoel Ferro Xavier de Lacerda, filho de Manoel Ferro Correa e de Antônia Correa de Lacerda. Pelo lado Materno, neto de Maria de Siqueira Cardoso e de André Correa de Lacerda; bisneto de Domingos Vaz de Siqueira e de Maria de Gusmão.
         Em Direito Canônico, a dispensa no terceiro grau de consanguinidade dá-se quando os nubentes possuem os mesmos bisavós.

Diante disso, e embasados em pesquisas realizadas junto à obra de Luiz Gonzaga da Silva Leme, Genealogia Paulistana (Volume V - Título Cunhas Gagos - Parte 4), onde consta a informação que de Domingos Vaz de Siqueira e Maria de Gusmão, também, nasceu Violante Cardoso, que se casou com Thomé Nunes Paes, gerando, dentre outros, uma Ana. Concluímos tratar-se, essa Ana, possivelmente, de Ana Nunes Cardoza, casada com Pedro Franco Quaresma, pais da noiva, Antônia Maria Rosa de Jesus Franca, comprovando-se, aí, o impedimento no terceiro grau de consanguinidade existente entre os noivos.


            Antônia Maria e Manoel foram pais de pelo menos:
                   1-1 Getrudes, batizada aos 08 de Novembro de 1767, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí, pelo Padre Pedro Francisco Machado, tendo como padrinhos Joaquim de Macedo e Luiz Machado Borges.
                       1-2 Manoela Prudência de Jesus Franca (Franco), natural do Distrito de Nossa Senhora da Conceição do Jacuí (Jacuí-MG), batizada aos 04 de Junho de 1770, em casa de seus pais, pelo Padre Francisco Lopes Rebello. Falecida aos 10 de Dezembro de 1835, no Distrito de Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).


         Manoela Prudência casou-se aos 10 de Setembro de 1783, em Jacuí-MG, com Francisco de Freitas Pedrozo, filho do Tenente José Pedrozo da Silva e de Thereza de Jesus Maria. Com descendência. 
         2- Joana, falecida, solteira, aos 26 de Outubro de 1765 e sepultada dentro da Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí.


          3- Maria Franca [Bras Cubas], natural e batizada em Jundiaí-SP. Falecida aos 12 de Fevereiro de 1780 e sepultada dentro da Matriz de Jacuí. Casou-se aos 05 de Agosto de 1772, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí, com David Ribeiro de Araújo, natural e batizado na Freguesia de São Thomé de Esturões, Conselho de Monte Longo, Arcebispado de Braga Primas, viúvo por óbito de Mariana de Crasto Teixeira. Era filho de Bento Gonçalves e de Thereza Ribeira de Araújo. 


        4- Violante Franca [Bras Cubas], citada, como madrinha, em dois assentos de batizados, em Jacuí-MG.
                No ano de 1768, como madrinha de Mariana
                
            No ano de 1769, amadrinhando Salvador
                                      

          Adriano Campagnole, em seu livro Memória da Cidade de Caconde, revela que o Capitão Pedro Franco Quaresma, foi, de acordo com uma carta datada de 20 de julho de 1820, assinada pelo alferes comandante de Mogi-Mirim, José de Araújo Ferraz, considerado o descobridor do arraial de Jacuí, no ano de 1755. Embora, na história de Jacuí-MG, apresentada pela Prefeitura daquela localidade, conste como sendo, descobridor, o Guarda-Mor das Minas do Rio Verde, Francisco Martins Lustosa, pelo ano de 1750.

       O Capitão Pedro Franco Quaresma foi Juiz Ordinário em Jacuí, conforme consta do livro de Correição da Câmara de Jundiaí, anos 1744/1828, onde foi lavrado termo de posse e juramento dado aos oficiais do Arraial do Novo Descoberto, por eleição feita na Vila de Jundiaí:

         Mas segundo o mesmo livro, Memória da Cidade de Caconde, “em 1764 Pedro Franco Quaresma já não era juiz ordinário do novo Descoberto do Emboque, São João (Jacuí), Santa Ana do Sapucaí e mais descobertos daquele continente,...”
        No entanto, de acordo com Assentos de Batizados, Casamentos e Óbitos da Matriz de Jacuí-MG, pode-se verificar que o Capitão continuou ali estabelecido com sua família.
       Através dos assentos abaixo, verificamos que o Capitão Quaresma ainda se encontrava vivo até o ano de 1771, se não houve erro do escrivão ao se referir a ele.
        Referência feita a ele como já sendo falecido, encontramos no assento de casamento de sua filha Maria Franca de [Bras Cubas], em 05 de Agosto de 1772, ítem 3, destes subsídios.








 



        Observações: 
          1- O sobrenome Franca, que aparece compondo o nome das filhas do Capitão Pedro Franco Quaresma, acontece porque na época os escrivães grafavam os sobrenomes das mulheres sempre no feminino. Por exemplo: Maria Justina Ribeiro, aparece como Maria Justina Ribeira.
           2- Segundo Marcos O. Camargo, a documentação existente no Primeiro Cartório de Notas de Jundiaí data a partir de 1652.



 Casal

FRANCISCO DE FREITAS PEDROZO
e
MANOELA PRUDÊNCIA DE JESUS FRANCA
                                                                             
         Francisco de Freitas Pedrozo, era natural do Distrito de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí (Jacuí-MG). Foi batizado aos 22 de Agosto de 1765, em casa de seus pais, pelo Padre Pedro Francisco Machado, tendo como padrinhos o Capitão-Mor André de Espínola Castro Godoy, e José da Silva Freyre, por procuração.
         Era filho do Tenente José Pedrozo da Silva, natural de Taubaté-SP, e de Thereza de Jesus Maria (ou Thereza de Jesus Prado), natural de São Paulo-SP. Conforme descrito na Genealogia Paulistana, era, pelo lado paterno, neto de José da Silva Gonçalves e de Izabel Pedroso de Freitas, esta natural de Taubaté-SP; pelo lado materno, neto do Alferes Sebastião do Prado Cortes e de Maximiana de Marins.
 
           Batizado de Francisco – Lv. 03 de Batizados da Matriz de N.Srª da Conceição de Jacuí-MG –
fls. 09 – Microfilme da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)

         Francisco casou-se aos 10 de Setembro de 1783, em Jacuí-MG, com Manoela Prudência de Jesus Franca (Franco), filha do Licenciado Manoel Ferro Xavier Correa de Lacerda e de Antônia Maria Rosa de Jesus Franca (Franco).
 
  Casamento de Francisco e Manoela  - Lv. de Casamentos s/nº - período entre 1777 e 1809,
da Matriz de N.Srª da Conceição de Jacuí-MG – fls. 16 verso 
Microfilme da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)
         
      Moradores na Região do Aterrado do Jacuí (Ibiraci-MG), em documento de 02 de Dezembro de 1819, Francisco de Freitas Pedrozo foi mencionado como doador de outro meio quarto de légua de terras para a formação do patrimônio da Capela do Aterrado do Jacuí (Ibiraci-MG). 
         Francisco e Manoela Prudência foram, conforme descrito em seus inventários, pais de:  
        1- Francisco de Paula Ferro. Casou-se. Foi morador no Aterrado de Jacuí (Ibiraci-MG). 
        2- Cypriano José de Freitas. Casou-se com Inácia Antônia da Silveira. Foram moradores no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG), onde ele faleceu no mês de Fevereiro de 1822.
      3- Lúcio José de Freitas. Casou-se. Foi morador no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
    4- Joana Maria de Gusmão. Casou-se com Inácio Ribeiro dos Santos. Foram moradores no Aterrado do Jacuí (Ibiraci-MG).
       5- Ana Nunes Cardoza. Casou-se com Mateus de São Paio (Sampaio) Silva. Foram moradores no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
       6- Maria Correa de Lacerda. Casou-se com Tomás José Franco. Foram moradores no Arraial de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
     7- José de Freitas Pedrozo. Casou-se. Foi morador no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
       8- Gonçalo Franco Quaresma, batizado aos 18 de Abril de 1808, em Jacuí-MG. Faleceu, solteiro, no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG). 
     9- Floriana Maria de Gusmão. Casou-se com Joaquim Pedrozo de Morais Bueno. Foram moradores no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
      10- Maria Thereza de Jesus. Casou-se com Antônio Naves Cardozo. Foram moradores no Distrito de N.Srª das Dores do Campo Formoso (Campo Florido-MG).
       Em 06 de Agosto de 1827, conforme documento que compõe o inventário de Manoela Prudência, Francisco de Freitas Pedrozo comprou, de Manoel Francisco Ferreira, a Fazenda Ribeirão das Araras, no Distrito da Capela de Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso, Freguesia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, Termo do Julgado de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, Comarca de Paracatu do Príncipe, Província de Minas Gerais. Pagou por ela, duzentos mil réis anuais, no prazo de quatro anos, somando um total de oitocentos mil réis. Nela residiram até falecerem.

                                     Compromisso de Compra da Fazenda Ribeirão das Araras
Fls.18 - Inventário de Manoela Prudência de Jesus Franco.

       Manoela Prudência de Jesus Franco faleceu aos 10 de Dezembro de 1835, sendo inventariada, no ano de 1836, pelo marido Francisco.
         Francisco de Freitas Pedrozo faleceu, viúvo, aos 04 de Junho de 1837, com testamento escrito aos 12 de Maio de 1837 e aberto aos 06 de Junho do mesmo ano. Foi inventariado no ano de 1840, pelo filho, e primeiro testamenteiro, José de Freitas Pedrozo.



FAUSTINA MARIA DAS NEVES

         Faustina Maria das Neves, doadora de terras para a criação da cidade de Ibiraci-MG, era natural da Nova Colônia do Sacramento, Bispado do Rio de Janeiro, onde foi batizada. Filha de Antônio de Medeiros, natural da Freguesia do Senhor Bom Jesus da Ilha de São Miguel, Bispado de Angra, e, de Antônia de Jesus, natural da Freguesia de Santa Justa, Patriarcado de Lisboa.
         Faustina Maria casou-se com o Licenciado Antônio de Freitas Silva, natural da Ilha da Madeira, Bispado do Funchal. Falecido, foi inventariado no ano de 1778, em Guaratinguetá-SP. Era filho de Sebastião de Freitas Silva, e de Gerarda Maria da Incarnação, naturais da mesma Ilha.
         Faustina Maria e Antônio foram, conforme descrito no inventário de Faustina, pais de:
        1- Ana, falecida antes do ano de 1822;
        2- Antônio, falecido antes do ano de 1822
        3- Padre José de Freitas Silva, vigário em Jacuí-MG, faleceu antes do ano de 1822;
      4- Clara Maria de Jesus. Falecida antes do ano de 1822. Casou-se aos 15 de Julho de 1784, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Cunha-SP, com José Lopes da Silva,  natural de Nazaré. Filho de outro José Lopes da Silva e de Ana Maria Pinheiro. Pelo lado Paterno, neto de Sebastião Lopes de Siqueira, natural de Nazaré, e de Escolástica Fernandes Tenória, natural de São João de Atibaia. Pelo lado Materno, neto de Inácio da Silva, natural de Santo Amaro, e de Sebastiana Nunes de Siqueira, natural de Nazaré.
         Clara Maria e José foram pais de:
                   4-1 Maria Francisca de Jesus. Casou-se com Antônio José Pereira. Eram moradores em Cunha-SP, pelo ano de 1822;
                  4-2 Claudina Maria de Jesus. Casou-se com Manoel da Silva. Eram moradores em Cunha-SP, pelo ano de 1822;
                4-3 Ana Maria de Jesus. Casou-se com João Lopes da Silva. Eram moradores em Cunha-SP, pelo ano de 1822;
                   4-4 Clara Maria de Jesus. Casou-se com Manoel Nunes;
                   4-5 Antonio Lopes. Casou-se;
                   4-6 Maximo Lopes. Casou-se;
                   4-7 Gonçalo Lopes. Casou-se.     
         5- Maria Francisca de Jesus. Falecida antes do ano de 1822. Casou-se aos 15 de Julho de 1784, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Cunha-SP, com João Francisco Bueno, natural de Juqueri. Filho de João Rodrigues Antunes, natural da cidade de São Paulo, e de Joana Batista Bueno, natural de Conceição dos Guarulhos.
         No inventário de Faustina, do ano de 1824, apresenta-se como viúvo de Maria Francisca, Thomaz Ferreira Nandufe, morador em Jacuí-MG, e os filhos herdeiros:
                   5-1 Tereza. Casou-se com Manoel João Soares;
                   5-2 João Francisco Boeno. Casou-se;
                   5-3 Pedro Ferreira de Freitas. Casou-se;
                   5-4 Francisco Ferreira de Freitas. Casou-se;
                   5-5 Maria Felizarda do Bonsucesso. Casou-se com José da Silva Borges.
         6- Padre Manoel de Freitas Silva. Foi vigário em Jacuí-MG;
       7- Joaquina Maria das Neves. Casou-se com Manoel Leite de Miranda. Eram moradores em Taubaté-SP, pelo ano de 1822;
        8- Tereza Maria de Jesus, natural de Cunha-SP. Falecida em Jacuí-MG, com testamento aberto aos 18 maio 1824. Casou-se aos 25 de Abril de1792, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí, com Veríssimo José Pessoa, natural de Itatiaia-MG, filho do Capitão Bernardo Joaquim Pessoa e de Maria Correa Gallas. Sem filhos;
       9- Izabel Maria das Neves, natural de Cunha-SP. Casou-se aos 27 de Agosto de 1789, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Cunha-SP, com Joaquim Lopes da Silva, natural dessa mesma localidade. Filho de José Lopes da Silva e Ana Maria Pinheiro, naturais de Nazaré. Pelo lado Paterno, neto de Sebastião Lopes da Silva e Escolástica Tenório. Pelo Materno, neto de Inácio da Silva e Escolástica Nunes;
     10- Theodora Maria das Neves, natural de Cunha-SP. Casou-se aos 03 de Março de 1794, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Jacuí-MG, com Francisco Ferreira da Silva, natural de Roça Grande-MG, filho do Alferes Francisco Ferreira Velho e de Maria Pereira da Silva. 
      Faustina Maria, com a morte de seu filho, Padre José de Freitas Silva, herdou dentre outros bens, uma Fazenda no Bairro do Aterrado (Ibiraci), da qual doou, em 02 de Dezembro de 1819, meio quarto de légua, no Capão dos Porcos, para a construção de uma Capela sob a proteção de Nossa Senhora das Dores.
      Faustina Maria das Neves faleceu aos 25 de Dezembro de 1822, em Jacuí-MG, com testamento, onde declarou, também, ser irmã: da Ordem e Confraria do Carmo da Cidade de São Paulo; da Confraria da Senhora das Dores e da Casa Santa de Jerusalém, ambas da Freguesia de São Carlos do Jacuí-MG.
      Foi inventariada no ano de 1824, em São João del Rei-MG, por seu genro e primeiro testamenteiro, Thomaz Ferreira Nandufe. Legou aos seus descendentes: uma chácara nos subúrbios de Jacuí-MG; uma casa no Largo da Matriz de Jacuí-MG; a Fazenda Bonsucesso; a Fazenda Córrego Danta; a Fazenda São Thomé, além de escravos, animais, ferramentas, móveis e utensílios domésticos.


 
PADRE CLÁUDIO JOSÉ DA CUNHA

      Padre Cláudio José da Cunha, natural das Gerais, 32 anos, solteiro, vivendo de suas ordens, assim foi identificado, pela primeira vez somente na Lista de População de 1807-1808 da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca.

      Em um Processo Força Nova, do ano de 1827, foi mencionado como sendo proprietário do Sítio Terra Vermelha, no ano de 1804, nessa região.
      
       No ano de 1805, Padre Cláudio foi citado, pelo Vigário Joaquim Martins Rodrigues, no documento de criação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca, lavrado no Livro de Tombo nº 1 da Igreja Matriz, onde consta:
                                        [...] e estando todos congregados no Lugar determinado para a nova Igreja Matriz, com assistencia do Reverendo Cláudio José da Cunha, que cazualmente compareceu, benzi o Logar do Symiterio na forma que prescreve o Ritual de Paulo V [...]

     No ano de 1808, Padre Cláudio assinou “a rogo” de Maria Thereza de São José, mulher de João Gonçalves Campos, quando esse casal vendeu terras ao vigário da Franca, Padre Joaquim Martins Rodrigues, terras essas que viriam compor a fazenda Palestina, que posteriormente foi vendida ao Tenente João Felizardo Cintra, filho do Capitão Felizardo Antunes Cintra.
       De acordo com o livro Desemboque, Documentário Histórico e Cultural, Padre Cláudio, pelo ano de 1817, foi um dos arrojados sertanistas que penetraram pela primeira vez os sertões do município de Uberaba-MG, tomando posse, às margens do Rio São Francisco, das Fazendas Boa Vista, Rocinha e Natividade, estando esta última situada na margem esquerda desse Rio, junto ao Rio Grande. Segundo o mesmo livro, entre os anos de 1818-1819, Padre Cláudio exerceu as funções de missionário na Aldeia de Santana do Rio das Velhas (Indianópolis-MG).
     No Censo de 1832, de Santa Maria Madalena do Aterrado, Termo de Jacuí (Ibiraci-MG), Padre Cláudio foi citado como morador no fogo nº 1, com 56 anos de idade, vivendo da agricultura.
No fogo nº 2 vivia Ana Joaquina, branca, agricultora, com 36 anos, em companhia de seus sete filhos: Miguel, 13 anos; Honório, 12 anos; Antônio, 10 anos; Maria, 7 anos; Carolina, 6 anos; Moisés, 3 anos e Mariana, 1 ano.
No fogo nº 3 constou Justina Maria com 17 anos de idade, casada com Lúcio Miz Teixeira, e dois filhos deles.
     Em 1833, no Juizo Municipal da Vila Franca do Imperador (Franca-SP), o Capitão Vicente José Parreira e outros, apresentaram uma Carta de Inquirição, vinda do Julgado de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, contra o Padre Cláudio José da Cunha e Cláudio José do Nascimento, referente a uma Ação de Libelo Cívil da Força Velha. Os autores da Ação alegaram serem proprietários de duas Sesmarias e que no mês de Junho de 1832, os réus, sem temerem lei alguma, se meteram por força em terras dos Autores...
     Padre Cláudio José da Cunha faleceu pelo ano de 1835, sem testamento, na Aplicação das Dores, Julgado do Desemboque, Província de Minas Gerais (Campo Florido-MG).
     Foi inventariado por Ana Joaquina de São José, na Vila de Santo Antônio de Uberaba, Comarca do Paraná, Província de Minas Gerais (Uberaba-MG), com inventário aberto em 22 de Maio de 1852, dezesseis para dezessete anos após seu falecimento. Deixou escravos e a Fazenda da Natividade, dentre outros bens.
    A mãe e herdeira de Pe. Cláudio, Antônia Joaquina da Assunção, moradora na Freguesia de Bom Jesus da Cana Verde (Batatais-SP), habilitou, em 26 de fevereiro de 1836, na Vila Franca do Imperador (Franca-SP), alguns meses após a morte de seu filho, como herdeiros do sacerdote, os filhos de Ana Joaquina de São José[1]:

    1- Cláudio José do Nascimento. Falecido antes de 1852. Casou-se com Antônia Querubina do Nascimento. Foram pais de:
                   1-1 Isac, nascido pelo ano de 1834.
                   1-2 Sidnei, nascido pelo ano de 1844.
                   1-3 Maria, nascida pelo ano de 1849.
    2- Justina Maria do Carmo, nascida pelo ano de 1814. Casou-se com Lúcio Martins Teixeira. Foram pais de pelo menos:
                   2-1 Marçal, nascido pelo ano de 1829.
                   2-2 [nome não identificado], nascido pelo ano de 1830.
      3- Miguel José da Cunha, nascido pelo ano de 1818. Falecido antes do ano de 1852. Casou-se com Cândida Florinda de Oliveira. Foram pais de:
                   3-1 Jonas, nascido pelo ano de 1845.
                   3-2 Emerenciano, nascido pelo ano de 1849.
      4- Honório Fideles de Oliveira, nascido pelo ano de 1819. Casou-se com Augusta
     5- Antônio José da Cunha, nascido pelo ano de 1821. Casou-se com Gertrudes. Ambos falecidos antes do ano de 1852. Foram pais de:
                   5-1 Simpliciano, nascido pelo ano de 1844.
                   5-2 Maria, nascida pelo ano de 1847.
                   5-3 Antônio, nascido pelo ano de 1849.
       6- Maria Propícia do Lado, nascida pelo ano de 1824. Solteira, pelo ano de 1852.
       7- Carolina Mafalda de Jesus, nascida pelo ano de 1825. Casou-se com José Antônio da Silva
       8- Moisés Arão da Cunha, nascido pelo ano de 1828. Solteiro pelo ano de 1852.
       9- Marciana (ou Mariana) Joaquina da Assunção, nascida pelo ano de 1830. Encontrava-se viúva pelo ano de 1852.
      10- Pedro Amado de São Paulo, nascido pelo ano de 1833. Solteiro pelo ano de 1852.
      11- Pacífico Penafiel da Cunha, nascido pelo ano de 1835. Solteiro pelo ano de 1852.


 Referências Bibliográficas:

            CAMPAGNOLE, Adriano. Memória da Cidade de Caconde: Freguesia Antiga de N.S.da Conceição do Bom Sucesso do Rio Pardo. São Paulo, 1979.
            LEME, Luiz Gonzaga da Silva. Genealogia Paulistana: Título Taques Pompeus, Volume 4º, Pág. 304 (3-1 e 4-4). Duprat & Comp., São Paulo, 1904.
            FAGUNDES, Joaquim Roberto. Assentos de Casamentos da Matriz de Cunha: 1778-1803. In Revista da ASBRAP nº 10.
            NABUT, Jorge Alberto. Desemboque Documentário Histórico e Cultural. Fundação Cultural de Uberaba, Arquivo Público de Uberaba, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, 1986.


 Referências Digitais:

www.asbrap.org.br
            https://familysearch.org
            cabo-carvoeiro-historico.blogspot.com
            www.arvore.net.br/Paulistana/CGagos_4.htm

 Instituições Consultadas

Franca-SP
Arquivo Histórico Municipal “Cap.Hipólito Antônio Pinheiro”
Museu Histórico Municipal “José Chiachiri”

Ibiraci-MG
Paróquia Nossa Senhora das Dores
PROBRIG – Protetores da Bacia do Rio Grande

São João del Rei-MG
Arquivo do Museu Regional

Uberaba-MG
Arquivo Público



[1] Habilitação sustentada por Maria Propícia do Lado e outros seus irmãos que se diziam filhos do Padre Claudio José da Cunha, e nettos de Donna Antonia Joaquina da Assumpção... , conforme declaração, de 23 de Outubro de 1854, do Escrivão da Correição, Luiz da Silva Oliveira, de Uberaba, às fls.38 do inventário de Padre Cláudio.